Corte de auxílio dos EUA agrava crise alimentar global
Decisão de Trump afeta milhões e prejudica esforços contra a fome.
A decisão do governo de Donald Trump de cortar o auxílio externo americano está causando uma grave crise alimentar global. O congelamento de gastos, que durará 90 dias, afeta programas de ajuda internacional, prejudicando um sistema já fragilizado por conflitos e instabilidades políticas.
O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou haver exceção para auxílio alimentar de emergência. Entretanto, grande parte da ajuda está temporariamente paralisada, e organizações humanitárias aguardam esclarecimentos sobre quais programas podem continuar. A situação é ainda mais agravada pelo fechamento da USAID, a principal agência de ajuda dos EUA.
Cerca de 500 mil toneladas de alimentos, num valor de US$ 340 milhões, estão retidas. Marcia Wong, ex-autoridade da USAID, afirma que a liberação depende da aprovação do Departamento de Estado.
A assistência financeira para compra de alimentos no Sudão e na Faixa de Gaza também foi interrompida, segundo relatos de trabalhadores humanitários. Cozinhas comunitárias no Sudão, apoiadas pelos EUA, também foram afetadas.
A FEWS NET, que produzia alertas de segurança alimentar, foi fechada, deixando organizações de ajuda sem orientação crucial. O Departamento de Estado não se pronunciou sobre o assunto.
Os EUA são o maior doador individual de ajuda alimentar, tendo fornecido US$ 64,6 bilhões nos últimos cinco anos (pelo menos 38% do total segundo a ONU). Em 2023, quase 282 milhões de pessoas em 59 países sofreram escassez extrema de alimentos.
Milhões de pacotes de alimentos ricos em nutrientes, produzidos por empresas como a Edesia Nutrition, estão retidos.
"Não estamos fazendo alimentos que são "bom ter". Nós fazemos alimentos que são o equivalente à penicilina para crianças desnutridas."concluiu Navyn Salem, CEO da Edesia. Milhões de pacotes de alimentos que salvam vidas "serão desperdiçados enquanto vemos crianças morrendo de fome sob nossa observação."
A situação expõe a gravidade do corte de auxílio americano, impactando diretamente populações vulneráveis em diversos países. A falta de esclarecimentos e a demora na liberação dos recursos agravam a crise humanitária em curso.
A decisão de Trump repercute negativamente em um cenário já crítico, com conflitos e instabilidades políticas exacerbando a fome em diversas regiões. O fechamento da USAID e da FEWS NET demonstram uma clara descontinuidade na política externa americana em relação à ajuda humanitária, fato este que gerou um vácuo considerável na luta contra a fome global.
*Reportagem produzida com auxílio de IA