Deputado cobra abertura de CPI e impeachment de Wilson Lima

Deputado cobra abertura de CPI e impeachment de Wilson Lima

Má gestão do Governo do Amazonas

O parlamentar relembrou aos deputados os diversos motivos que já expôs em várias ocasiões na Tribuna do Plenário Ruy Araújo da ALE para fazer esse pedido, sobretudo a morte de 31 cidadãos por falta de oxigênio, a compra de respiradores em loja de vinho, o aluguel de jato exclusivo para o governador, a falta de transparência na utilização de recursos do FTI e dos recursos direcionados para ações de combate à Covid-19, os gastos excessivos do governo do Estado com publicidade, e a falta de aparelhamento da rede estadual de saúde na capital e no interior.

Para Dermilson Chagas, é injustificável que o Governo do Amazonas gaste R$ 9,3 milhões com aluguel da aeronave porque esse recurso poderia ser direcionado para as ações de combate à Covid-19. Por isso, o parlamentar assinou o pedido de medida cautelar para suspender o Pregão Eletrônico nº 1032/2020, de locação do jato, que o deputado Wilker Barreto (Podemos) ingressou no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM).

Mortes e sofrimento das famílias

Dermilson Chagas disse que a crise de oxigênio que Manaus viveu nos dias 14 e 15 de janeiro levou a cidade a um cenário de caos porque nesse período foram registrados elevados números de contágio e de óbitos. Ele destacou que todo esse sofrimento, e que foi acompanhado por todos os deputados da ALE, também foi registrado pela imprensa local, nacional e internacional, portanto, a Casa não pode permanecer inerte.

Na época da crise de oxigênio, a imprensa noticiou que, segundo documentos obtidos e divulgados pelo Ministério Público de Contas, 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus em 14 e 15 de janeiro. Além do aumento no número de pessoas contaminadas e de mortes, a crise do oxigênio trouxe sofrimento para as famílias que tinham de comprar cilindros com o gás utilizando seus próprios recursos.

“Eu não estou falando para muitos – que são tão poucos aqui dentro. Mas eu estou falando para aqueles que estão lá fora, que eu represento e que me colocaram aqui. Estou falando para aquela mãe e aquele pai que perdeu seu filho ou para aquele filho que teve a vida de seu pai ceifada pela negligência de um governo que está aí. Houve negligência ou não? A falta de planejamento matou pessoas ou não? Houve superfaturamento? E o uso de aeronaves e o dinheiro da Covid pra propaganda? O povo quer respostas. Ninguém quer morrer por um governo que é irresponsável, negligente, omisso. Eu não conheço esse herói que esteja disposto a morrer por esse governo irresponsável”, reiterou Dermilson Chagas.

Falta de planejamento da gestão Wilson Lima

Dermilson Chagas reiterou que o Governo do Amazonas não possui planejamento nas suas ações e que a maior prova disso foi a não estruturação da rede estadual de saúde tanto na primeira quanto na segunda onda. Uma das provas dessa falta de organização e planejamento foram as mortes registradas em praticamente todas as unidades de saúde estaduais, especialmente no SPA e Policlínica Dr. José Lins, SPA e Policlínica Dr. Danilo Corrêa, SPA Alvorada e na Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).

Outro problema que o deputado Dermilson Chagas apontou foi que houve falta de leitos desde o início da pandemia, tanto na capital quanto no interior. O problema de falta de leito foi divulgado pelos veículos da imprensa nacional, dentre eles o jornal Correio Braziliense. O Governo do Amazonas acabou reconhecendo a sua falta de planejamento e estrutura e informou que iria transferir 235 pacientes de Manaus para outros Estados.