Com variante brasileira, governadores defendem esforço diplomático para conseguir doses emergenciais de vacina

Com variante brasileira, governadores defendem esforço diplomático para conseguir doses emergenciais de vacina

Diante do agravamento da pandemia no país e do alastramento da variante brasileira do novo coronavírus, governadores passaram a defender um esforço diplomático do país para aquisição de doses emergenciais de vacinas.

A percepção é de que diante da variante brasileira, que tem assustado o mundo, países, laboratórios e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) poderiam destinar doses emergenciais para controlar a pandemia no país. Mas há a percepção entre governadores de que isso teria que ser feito por uma articulação envolvendo o Palácio do Planalto e o Itamaraty.

Na manhã desta quarta-feira (3), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), colocou o tema em debate em um grupo virtual dos governadores.

"Meus caros, o mundo está assustado com a nova variante brasileira do coronavírus. Não seria o momento para que houvesse um esforço diplomático para o Brasil conseguir vacinas emergenciais com outros países? Podemos tentar um movimento para cobrar do Planalto-Itamaraty uma articulação para doses emergenciais, talvez com apoio na OMS?", questionou Eduardo Leite, para em seguida completar:

"Todos estamos buscando frentes para aquisição de vacinas e esbarramos na falta de disponibilidade no mercado. Vamos precisar de articulação para buscar antecipar entregas, e isso demandará esforço diplomático."

De forma reservada, embaixadores de representações diplomáticas no Brasil avaliam que esse é um tema que pode ter aceitação de outros países. Mas que seria preciso uma articulação do Itamaraty.

Para governadores ouvidos pelo blog, esse talvez seja o maior obstáculo para conseguir doses emergenciais. "Se esperarmos por uma ação do Planalto, do Itamaraty e do Ministério da Saúde, não acontecerá nada. O Ministério da Saúde está perdido. E quando tem algum caminho, tem que ser submetido ao presidente Jair Bolsonaro", disse ao blog um governador, em tom pessimista.